Proa Cervejaria: cerveja artesanal com poder feminino

Com uma mulher no comando, a Proa se destaca no mercado baiano de cervejas artesanais.

Débora Lehnen, proprietária e mestra cervejeira da Proa
Carrie Nation foi uma mulher norte-americana. Ela foi o ícone de um movimento radical que se opôs ao álcool durante a Lei Seca nos Estados Unidos, destruindo barris de cerveja no final do século XIX.
Por outro lado, Carrie Nation é hoje o nome de um sabor de cerveja em uma cervejaria de Lauro de Freitas, a Proa, chefiada por uma mulher.
A princípio atraída ao estado por um emprego na indústria química, a gaúcha Débora Lehnen é a mulher à frente da Proa, empreendimento surgido do investimento da empresária em uma antiga paixão que virou negócio: a cerveja.
“Quando cheguei a Salvador, vi um gap de mercado e resolvi estudar sobre isso. Fiz cursos, me preparei e enxerguei a oportunidade de transformar o hobby de fazer cerveja em um negócio na cidade”, conta a jovem.
De acordo com ela, a capital baiana foi a primeira opção de ponto para a Proa, mas as políticas municipais para a instalação de fábricas e os altos impostos acabaram levando a fábrica-bar para a região metropolitana.
“Eu escolhi Salvador, mas Salvador não me escolheu”, brinca a empreendedora, que afirma ter contado com o suporte de investimentos financeiros para obter capital para o projeto.
Com um quadro de funcionários maioritariamente feminino, o machismo não deixou de se fazer presente na história do negócio.
“Não é comum as mulheres estarem a frente de bares enquanto chefes. Então, infelizmente, as pessoas ainda visualizam um homem nessa posição”, conta Lehnen.
Durante a construção da fábrica, era comum os envolvidos na obra não acreditarem que ela estava à frente do negócio. “Eu sinto que preciso provar duas vezes o quanto é bom e que eu entendo sobre cerveja”, completa.
Em funcionamento desde junho, a cervejaria vem aumentando seu público rapidamente, bem como fidelizando uma clientela. “O nosso público é, em sua maioria, masculino, porém bem diversificado. Muitas mulheres se sentem confortáveis aqui”, explica a empresária.
As cervejas da Proa levam o selo “girl crafted” na garrafa (feito por garota). Esse detalhe chama a atenção principalmente das clientes. “Tem meninas que ficam emocionadas, tiram foto da garrafa para postar”, conta.
Bar na fábrica
Por ser a única fábrica de cerveja artesanal do mercado baiano com um bar, a Proa se destaca e aproveita o diferencial como estratégia para divulgar seus produtos.
“Para nós, isso está servindo como uma vitrine. A gente consegue mostrar o que é a Proa, a nossa cara e a interagir melhor com os clientes”, conta Lehnen. Outra forma de divulgação é através do Instagram da cervejaria.

Espaço do bar na entrada da fábrica
Eventos aproveitando o espaço também singularizam o negócio e atraem consumidores, sendo um dos fatores de crescimento do público.
“Gostamos de fazer eventos que traduzem a marca como, por exemplo, o Oktoberfest. Vamos ter o lançamento da nossa cerveja tipo alemã, uma Weissbier. Além disso, uma festa com comidas alemães, competição de chopp metro, jogos com premiações”, explica a cervejeira.
Produção Cigana
O empreendimento também trabalha com “produção cigana”: produz cervejas para outras três marcas utilizando o espaço da fábrica. Mas a empresária aposta no fortalecimento de sua marca, portanto, valoriza os sabores da Bahia na idealização da cerveja.
A Proa já oferece cervejas feitas com seriguela, jasmim e pimenta, ingredientes diferentes na bebida e que desafiam os clientes a experimentarem novos sabores de cerveja.

Menu degustação com quatro sabores
Em suma, a meta é fortalecer a marca e produzir um volume de cerveja própria. Lehnen quer alcançar o objetivo de 44 mil litros por mês. Esse número trará mais lucro para a empresa, que, por enquanto, produz 8 mil litros mensalmente.
“Queremos chegar ainda mais longe”, conta confiante a empresária.
- Fachada da Proa
- Equipamentos da fábrica
- “Girl crafted”
- Cardápio da Proa
Haron says:
Nossa, incrível ver mulheres à frente de espaços que historicamente foram exclusivamente masculinos. Fiquei bastante interessado em conhecer a cervejaria! 🙂
Renata says:
Muito interessante saber que as mulheres estão expandindo cada vez mais o interesse em cervejas. 👏🏼👏🏼
Edu says:
Ótima inciativa ! Bela reportagem! Cada vez mais as mulheres vão conquistando seu espaço.
Mariana says:
Ótima reportagem!
Bom ver mulheres conquistando a cada dia um novo espaço em vários ramos do mercado.
Quero muito conhecer essa cervejaria.
Valmira says:
Sucesso garantido essa cervejaria, quem aprecia uma boa qualidade de bebida! Parabéns às mulheres!
Cássia says:
Adorei a matéria! Principalmente por mostrar uma mulher conquistando esse mercado tão dominado pelos homens.
Estou doida para experimentar essa cerveja de siriguela.
Ana Karla says:
Contente em saber que as mulheres estão cada vez mais a frente dos negócios, que são marjoritariamente dos homens.
Parabéns! Histórias como essas inspiram as mulheres.
Azambuja says:
Ótima reportagem! Mto bom ver que o mercado das cervejas artesanais está chegando em Salvador e mais legal ainda ver que isso vem com uma pitada de feminismo!! 😀 A matéria ficou mto boa, abordou coisas interessantíssimas, possui fotos ótimas e dá uma baita vontade do leitor conhecer o estabelecimento; porém esqueceu de colocar onde fica 🙁 e isso é muito importante. De qualquer forma, parabéns!!